quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Imagem de KK França ( Arte Destrutiva )



"...É estranho como a ideia de pertencer a alguém pode parecer maravilhosa? É algo tranquilizador. Gostamos da ideia de estarmos protegidos, até que ficamos sufocados demais. Gostamos de ter segurança, até que ela signifique que não existe mais saída. E gostamos de pertencer a alguém, até percebermos que não somos mais nós mesmos..."
(#UmLugarPraFicar - DEB CALETTI)

Fora Do Alcance.


Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem o presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. – Dalai Lama

“Se todos fossem pobres então todos seriam ricos”. Mas o ser humano parece ter mania de grandeza, querendo sempre passar um por cima do outro, “ser melhor”, fazer "melhor".


Multe universos individualistas e egocêntricos. É isso que somos.


Vivemos querendo provar quem pode mais. Quem tem mais. Quem dá a ultima palavra. E quem vai resistir mais tempo.


A felicidade esta aqui e ali. Esta onde você não esta, não vê. Esta fora de alcance. Quanto mais gritar por ela, mais ela se afastara. E quanto mais perto chegar, mais depressa ela ira correr. E por que tudo isso?


Por não estarmos satisfeitos nunca, porque a cada meta alcançada, varias outras surgem.
Porque a felicidade esta "fora de alcance" dos sonhos. Ela esta entre eles.
No meio de cada luta por vitoria. No meio das lagrimas. No meio da historia, nunca terminada. Esta entre uma meta e outra.

Livro: Pálido ponto azul.

Pálido ponto azul é sobre esse novo reconhecimento, que ainda nos invade lentamente, de nossas coordenadas, de nosso lugar no Universo – e de como um elemento central do futuro humano se encontra muito além da Terra, embora o apelo da estrada aberta esteja hoje emudecido.
Nos dias de hoje não parece haver mais nenhum lugar para explorar, ao menos na área terrestre do planeta. Vitimas de seu próprio sucesso, os exploradores agora ficam bastante tempo em casa.

Outros mundos, o que nos espera neles, o que eles nos dizem sobre nós mesmos e – dados os problemas urgentes que nossa espécie enfrenta no momento – se faz sentido partir. Deveríamos resolver esses problemas primeiro? Ou serão eles uma razão a mais para partir?



Herman Melville, em Moby Dick, falou pelos errantes de todas às épocas e meridianos: “Sou atormentado por um desejo constante pelo que é remoto. Gosto de navegar mares proibidos...”.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Imagem de KK França ( Arte Destrutiva )


Lembranças...


Todos os dias quando passo perto de você, sinto uma angustia tremenda, não vou negar. Hoje em especial, quando estávamos andando na mesma calçada me veio uma enxurrada de lembranças. Mas eu não quero lembrar, não quero me sentir assim toda vez que passar por você.
Já não fico pensando tanto no que passou, mas ainda me pego lembrando as nossas risadas.
Sinto falta dos teus abraços desesperados, angustiados e aflitos.
Dos teus olhos perdidos.
Do teu sorriso amigo.
Tudo isso passou. E eu realmente aceitei, estou bem e nem quero tentar te entender.

Antes de amanhecer


"Entre uma certeza e outra existe um milhão de dúvidas.
Não tenha medo, o caminho é longo e não existem mapas.
Tive que morrer um milhão de vezes, e ainda estou vivo.
Estou esperando algo, não sei o que isso quer dizer.
Nada anda tendo muito sentido, nada tenho sentido.
Deite, já estamos quase dormindo, deixe a Lua na cabeceira.
Antes de amanhecer, estaremos bem longe daqui".


- Autor Desconhecido. 

O que Me motiva a escrever...


É a vontade de desentalar tudo o que fica preso na minha garganta. Cada um se liberta como pode, uns pelo canto, uns pelo desenho, uns pela dança, outros pela fala ou pela arte num modo geral, enfim, de varias formas. Mas como nem eu mesma sei lidar com meus sentimentos, de tão fortes que são, cada vez que tento me expressar é um caos.
Só escrevendo me alivio. E assim acho que posso libertar outras pessoas, com o sentimento de compreensão a cada fez que lerem e se intensificarem algo que escrevi.

“A falta de vontade de falar. A facilidade de deixar no papel os mais profundos desejos, medos e alegrias sem receio algum.”

O que te motiva a escrever?


Olha, particularmente, não acredito que escrever é um ato vitorioso, redentor, engrandecedor. Ao contrário, escrever é sempre estranhar à linguagem. É como o coiote correndo atrás do papa-léguas.... Tentar capturar a próxima palavra, aquela palavra que ajudará a continuar... E nunca tem fim, eu nunca terei posse do escrevi, pois para mim o texto escrito sempre estará inacabado. E quando acabo de escrever dá certo alívio, mas dura até a próxima história. Acho que o escritor está sempre na fronteira entre o mais intimo e pessoal e o ficcional. E esse espaço é sempre solitário! Talvez o que me motive a escrever é a próxima palavra, a próxima frase, a próxima história. Talvez seja a solidão por habitar uma zona intermediária entre o real e o ficcional, Ou talvez, eu goste de ser um fingidor, e fingir que a dor que eu escrevo é a dor eu deveras sinto.

Henrique Lima 

Tudo que me cabe.

Sei que ninguém gosta de meias palavras, confesso que muito menos eu.
palavras inteiras doem.
Palavra nenhuma confunde.
Palavra vazia é inútil.
Palavra bonita emociona, muitas vezes, engana.

Uso as palavras, pois estas são tudo que me cabe. Elas podem ser assassinas cruéis, contidas, infiéis. Sensacionais, inconstantes, confusas, abundantes. Irrelevantes, trucidantes, reveladoras, redundantes. Incentivadoras, discordantes, amedrontadoras, degradantes. Uma saída ou uma prisão.

É um mundo confuso esse das palavras, abriga sentimentos e ações tão variados. Mas é o meu reino, sou dona das minhas palavras e as uso como bem entender. Aqui sou livre para criar, criar a minha magia, em multiuniversos.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

No fundo da minha bolsa.


Não quero que esse ano acabe... por incrível que pareça. Eu sei, justo eu que adoro mudanças e eu também sei, o próximo ano estará cheio delas, mas a partida desses meses que duraram um ano eterno vai doer. E vai muito, porque por mais difícil que foi este ano, não quero deixá-lo. Conhecei pessoas maravilhosas, me tornei alguém que finalmente admiro.
Sei que tudo isso vai acabar, pessoas vão sair e outras chegar, eu sei, juro que sei. Podem me diz que logo vou esquecer tudo isso e que outras coisas boas tomaram o lugar destas. Mas não creio que estas pessoas vão simplesmente sumir da minha mente e que o que aconteceu será esquecido.
Carregarei esse ano no fundo da minha bolsa, levarei pra onde eu for e toda noite, pegarei e olharei para essas recordações com um brilho nos olhos, não querendo reviver tudo aquilo, pois não tenho esse habito, mas olharei com vontade de reencontrar estas pessoas, nem que for por um dia eterno.

As estações podem mudar, mas os meus sentimentos o vento não irá levar.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Imprevisíveis


Rimas previsíveis como o seu amor
Beijos invisíveis encontram minha dor
Palavras flutuam rumo ao infinito
Ecoam, vazias, mesmo tendo dito
Esperando a volta
Vou vagando à solta
Sem ter pra onde ir

Beijos previsíveis disfarçam minha dor
Rimas invisíveis completam meu amor
Palavras ecoam no infinito
Flutuam, labiais, mesmo sem ter dito
Esperando à solta
Vagam pela volta
Sem conseguir

Rimas previsíveis caminham à solta
Beijos flutuam na volta
Palavras escondem minha dor
Ecoam, invisíveis, procurando amor
Esperando o que foi dito
Vagando no infinito
Sem ao menos existir.


- Sandraiky Pissardini

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Então queres ser um escritor?


"Se não sai de ti a explodir

apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um teclado de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

Se tens que esperar para que saia de ti

a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

Se tens que o ler primeiro à tua mulher

ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

Não sejas como muitos escritores,

não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-
— devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.


Quando chegar mesmo a altura,

e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

Não há outra alternativa.
E nunca houve."

- Charles Bukowski

terça-feira, 19 de novembro de 2013

“Às vezes são meio distantes como se fossem de outro planeta
Às vezes são luas minguantes outras passam como um cometa
Às vezes a estrela se apaga. Mas o brilho persiste em existir
E outras nos deixam uma chaga grande demais para se cobrir
Mas às vezes os astros conspiram e põe nossas órbitas para colidir
E assim ate as estrelas suspiram. Para o novo universo que há de surgir.”

sexta-feira, 15 de novembro de 2013


Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou seguro de que sou imperfeito
Podem me chamar de louco 
Podem zombar das minhas ideias 
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante 
Que vende sonhos para os passantes 
Não tenho bússula nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante 
À procura de mim mesmo.

_Livro: O vendedor de Sonhos - O chamado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Foi só, ou foi tudo.

'Será que três minutos pode durar para sempre?, eu me pergunto, mas já sabendo a resposta. Provavelmente não, respondo. Mas talvez durem tempo suficiente.' ~ Markus Zusak


Era um daqueles dias, que você esta tão atrasada que pega qualquer roupa que aparecer pela frente. Pra falar a verdade ela nunca se importou muito com essas coisas, só de poder caminhar com seus livros em uma bela tarde azul, já estava bom. Mas aquele dia ia ser diferente. Não seria um dia comum.
Ela saiu correndo de casa. Tinha que pegar seu irmão na escola e já estava 10minutos atrasada.
No caminho, o vento estava forte. Adorava aquilo, andar com os olhos fechados, sentir a brisa dançando com seus cabelos, ouvir a própria respiração acompanhando seus passos largos. Mesmo não tendo tempo para isso, não havia como evitar, aquela sensação era viciante.
Quando estava dobrando a esquina se deu conta que tinha que correr, seu irmão provavelmente já estava querendo mata-la. Resolveu abrir os olhos e correr.
Tarde demais.
Um garoto de olhos castanho brilhantes estava andando de skate. Dobrando a mesma esquina. Atrasado e com olhos fechados (uma poeira acabará de entrar nos seus olhos, por causa da ventania).
Um instante depois, eles e os livros estavam no chão. Julia por sorte havia caído em cima de Thiago. Levantou correndo sem nem mesmo olhar para o rapaz, foi apanhar seus livros. Ele teve a mesma reação.
É fácil imaginar o que aconteceu depois, os dois pegando o mesmo livro. Olhos nos olhos. Respirações ofegantes. E então eles foram pegos por aquela brisa suave, que os vez estremecer. Aquela ventania foi a protagonista do dia, arrastando a pressa pra longe, trazendo arrepios e sentimentos desconhecidos ate então, proporcionando aquele perfume. Que perfume! Não sei dizer muito bem do que era. Talvez a combinação dos dois.
Mais ou menos 40 segundos com um turbilhão de sentimentos.  Eles saíram do “transi” e se levantaram. E então ela disse já começando a andar:
- Desculpe, não tive intensão... Estou atrasada. - Ela se foi. Quando estava quase dobrando outra esquina, olhou para traz. Ele ainda estava lá. Olhando-a.

Foi só, ou foi tudo. 
Segundos de levitação e de magia.

Thiago não queria que aquela fosse a primeira e ultima vez a vê-la. Mas o que poderia fazer? correr atras de uma desconhecida? Poderia. Mas não o fez.
Ele a chamou de moça dos cabelos esvoaçantes, pensou nela por um grande tempo, um tempo ate grande de mais. Mas foi só. Ou foi tudo. 

Pelo menos durante aqueles segundos foi tudo. E durante aquelas semanas foi quase.

Quase Vida


O quase é a essência da morte,
Que abriga o neutro.
O quase é o conforto, que forma a morte
É um sentimento forte
Que impede o outro
A outra vida, a vida escondida no escuro.

O quase futuro, a quase felicidade.
O quase estaciona no invisível
Divisa o inexistente.
Sair do quase é viver a vida
Começar, recomeçar, reiniciar
O ciclo de toda vida.

Quase tudo ou quase nada
Torna a vida fragilizada.
Quase sair quase ficar
Torna a vida parada.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sejamos


"Tomar uma decisão, uma atitude, ir embora, para que assim dê saudade e possa voltar. E talvez, desta vez, encontrar um motivo para ficar". — Anderson Beowulf

Às vezes precisamos passar dos limites. Gritar. Brigar. Falar verdades esmagadoras. Correr contra o vento, nadar contra corrente. Fechar as portas, abrir janelas. Chutar o balde. 

 “Sejamos incontroláveis então… e que a gente não desista porque ninguém acredita.” — Machado de Assis.

Que sejamos imprevisíveis
Inconstantes
Suscetíveis
Lúdicos
Únicos 
Sejamos observadores do desconhecido e admiradores do infinito
Que sejamos atentos a verdade escondida no silencio
e as mentiras no que foi dito.
Sejamos quem quisermos, quem somos.
Sejamos...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Brilho eterno de uma mente sem lembranças.



" Quão feliz é  destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado. - Alexander Pope

A esperança de um amanhã que nunca chega.
O conforto de uma realidade inexistente.

Ou talvez essa seja só mais uma esperança nula que queremos acreditar...
Nada é esquecido por completo, sempre haverá mesmo um mínimo vestígio do que um dia foi.

O quão longe vai à infelicidade humana para querer escurecer seu passado amargurado?
E a ficar a espera de um amanhã melhor que nunca chega?

Ate aonde vai o brilho de uma mente sem lembranças?

Ate esquecer-se daquele amor ferido, aquela amizade tempestuosa, a infância árdua?

Ate o esquecimento da verdade?

Ate o esquecimento de vidas, do conhecimento e dos sorrisos? 

Ate aonde vai o brilho de uma mente sem lembranças?


Não importa quando, parabéns.



- Eu bem que podia dizer só Parabéns. E desejar felicidades. Desejar que continuasse me inspirando. Que continuasse sendo tão livre, tão incrível, tão ...você. Desejar que continuasse aqui para mim, como estou para você. Sempre. Para fazer bobeiras e me puxar para cima nos momentos tensos. Poderia te dar algum presente ou algo assim. Mas preferi de dar minhas palavras e meus sentimentos. Que são meus bens mais preciosos. Faça bom uso. Mas hoje, por você, por ter sempre me reerguido, por me fazer um bem danado, por ter estado lá, por mim.


Só posso te dizer, Parabéns por ser essa pessoa maravilhosamente diferente, por aguentar mais um dia nesse corpo estranho com um sorriso no rosto. E obrigado, por tudo. 


E eu sei que hoje não é seu aniversario, mas e dai? Qual é a diferença? Segunda terça ou quinta, todos são nossos dias, todo dia é dia de comemorar a vida. E se eu espera-se ate seu aniversario e esse dia nunca chegasse, ou se eu ou você não chegássemos ate lá? Por isso eu digo hoje a ti, parabéns por mais um dia. Por ser, você.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma Estranha



Talvez eu seja só uma estranha desajustada ou só mais uma poeira trivial no cosmos. 
Talvez esteja no corpo errado. 
Talvez eu seja uma pessoa terrível. 
Talvez isso tudo seja só um drama ou uma fase. 
Ou eu não me encaixo no mundo como eu mesma. 
Mas sei fingir.

Invisível

Tem vagado por ali como um fantasma, invisível, apenas esperando que alguém possa realmente vê-la, ouvi-la, sentir a batida do seu coração e dizer que esta viva. Pois ela mesma já não sabe.

Ela é tão só, caminha sozinha... E ninguém vê dor em sua alma. É solitária, anda apenas com sua multidão particular dentro de si, vozes que só ela pode ouvir, compreensões que só ela pode ter, cores únicas pintam seu mundo.

Quando sente a chuva caindo sob sua pele, é como se tudo de ruim escorresse com ela. Queria que arrastasse a solidão. Mas esta já faz parte dela. É a única que não a deixa, a acompanha onde quer que vá. Não importa onde esteja ou com quem, ela estará lá.

Quando ela fala...


Quando ela fala, parece 
 Que a voz da brisa se cala; 
 Talvez um anjo emudece 
 Quando ela fala. 

Meu coração dolorido 
 As suas mágoas exala, 
 E volta ao gozo perdido 
 Quando ela fala. 

Pudesse eu eternamente, 
 Ao lado dela, escutá-la, 
 Ouvir sua alma inocente 
 Quando ela fala. 

Minha alma, já semimorta, 
 Conseguira ao céu alçá-la 
 Porque o céu abre uma porta 
 Quando ela fala.


 - Machado de Assis

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Eu Preciso...



"Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei, para continuar vivendo. Preciso da parte em mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes dessas palavras todas caírem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo do sonho, do engano, da possível treva e também da luz do jogo do embuste: Preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez, como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã..." 


 - Autor: Desconhecido

terça-feira, 22 de outubro de 2013


E tinha esse alguém.
De tantas chances, um nada.
E tinha esse nada.
Feito de tantos alguéns.
Tantas chances.
Tantas perdas.
Talvez tenha feito sol.
E eu estivesse com a janela fechada.

- Arte Destrutiva

quinta-feira, 17 de outubro de 2013


Eu gostaria de ser aquela que não se importa com nada, que esta sempre com um sorriso no rosto, ou mesmo aquela que apenas não demonstra seus sentimentos. Mas sou sentimental demais para isso, meus sentimentos aflorados e, todavia confusos, distorcem o que realmente se passa. Nem sempre é fácil traduzi-los, mas estão aqui. Amassados, destorcidos, esmagados, sofridos, com medo.

"Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações".

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Dentro de mim



Passei tanto tempo te procurando, não sabia onde estavas. Olhava o infinito, não te via e pensava comigo mesmo: "Será que Tu existes?" 
Não me encontrava na busca e prosseguia. Tentava te encontrar nas religiões e nos templos. E Tu não estavas. 
Busquei-te através de sacerdotes e pastores e não Te encontrei. Senti-me só e desesperado. Descri-te. Na descrença Te ofendi. Na ofensa, tropecei e caí. 
Na queda, senti-me fraco. Na fraqueza, pedi socorro. No socorro, encontrei amigos. Nos amigos encontrei carinho. 
No carinho, vi nascer o amor. Com o amor vi um mundo novo. No mundo novo, resolvi doar. Doando, recebi. 
Recebendo, me senti feliz. Feliz, encontrei a paz. E com paz, foi que Te enxerguei, pois dentro de mim Tu estavas. E sem Te procurar... 
Foi que Te encontrei.

Conheci cinco garotos...




- Um estragava todas as musicas. Ele cantava tão bem que fazia as musicas ficarem ruins se não saíssem dele. As musicas perdiam a graça quando não era na voz dele. Ele transformava as musicas, dava um toque pessoal. Como se colocasse sua própria alma no que cantava. Era encantador de serpentes, isso mesmo. Quando ele canta tudo muda, o mundo gira de vagar e você não sabe onde ira parar. Porque a musica dele faz você viajar.

- O outro, tinha medo de mostrar quem era. Mas quando ele desenhava conseguia ser ele mesmo, sem ter medo, sem julgamentos, sem nada. No entanto, ele tinha um pouco medo de desenhar, afinal já tinha se desacostumado a ser ele mesmo. Mas algo me diz, que sempre que lhe faltar palavras, ira sentar, respirar fundo e tirar toda a confusão da mente e passara para o papel. Porque afinal, suas mãos falavam. O medo nunca o vencera por completo.

- O outro, tinha medo das pessoas, não sei dizer ao certo, ele não falava muito. Só falava com quem não tinha medo, já aqueles que gostava e queria estar perto, ele não falava, tinha medo. Talvez tivesse receio de se magoar, não sei, ele não falava muito. Esse era um mestre do silencio, se você parasse para ouvir, o silencio dele dizia muito, mais que qualquer coisa.

- Esse eu tenho muita raiva. Ele se acha um cara comum, sem nada de especial. Mas não é nada disso, era ao contrario, era muito especial. Ele não sabia disso. Ou talvez soubesse.
Tenho raiva dele pois tinha olhos encantados, olhos que poderiam mudar o mundo se quisesse, se acreditasse só um pouquinho mais em si mesmo. Sua modéstia, sua bondade, sua visão torta, sua angustia, suas mascaras tudo me irritava, principalmente o fato de eu não conseguir tirar os olhos dele. Ah aqueles olhos!

- Esse tinha outro lado, um lado invisível. Na verdade, todos nós temos, mas nele esse lado era escuro, nebuloso, não de maldade, mas sim quase invisibilidade. Não era preciso observar atentamente, nem prestar a atenção em atitudes. Somente sentir, saber o que havia por trás da janela.

Demorei realmente muito tempo para enxergar, sempre soube que havia algo, só não achava o que era, mas agora posso ver com clareza. Atrás dos teus olhos claros e cheio de trancas pude enxergar. Vi o outro lado do mundo, o lado que meu preconceito não chegava. A tua voz calma me vez atravessar a ponte, me guiou por caminhos estranhos, mas bonitos.

Tudo que eu disse, não foram para as pessoas se emocionarem nem se identificarem, fiz por mim e por vocês e pelas sinceras desculpas que lhes peço agora, por ter demorado a abrir os olhos. Por não ter atravessado essa bela ponte antes.


Por não tê-los visto em essência.

Conheci muitos garotos legais, mas esses com certeza não erram comuns. Não sei dizer ao certo, mas eles me trazem um olhar diferente das coisas, da vida e deles mesmos.
               
              Conheci cinco garotos ... estranhamente importantes em suas simplicidades.

sábado, 5 de outubro de 2013

De tanto pensar



Instalou-se um desespero, acompanhou-se de um medo, deu-se as mãos ao desapego e sofreu em silêncio. Sentiu ser torturado por si próprio, mas não gritou. Ele não estava sendo forte, apenas não quis demonstrar fraqueza. Mas não controlou o choro, e demonstrou uma fraqueza maior ainda. Sentiu não sentir mais nada, nada além de um vazio. E quando sentiu, o vazio ficou pequeno para sentir tantas coisas. Desejava a morte, mas não quis morrer. Desejou dizer milhões de palavras. E disse. Mas nem mesmo o silêncio quis ouvir, foi interrompido pelos próprios soluços. Desligou as luzes, seu reflexo no café da xícara ainda pela metade, era menos úmido que o seu rosto. Acendeu-se um medo. Afogado em si próprio a escuridão demoliu as paredes. Morreu deitado, submergiu em um corpo morto boiando sobre lágrimas. Cobriu-se de cobertores, as mãos estavam trêmulas, mas não fazia frio. A maré não parava de subir, sentiu vergonha de si mesmo. Mesmo com a respiração ofegante, não hesitou-se em cobrir o rosto. E quando o corpo atingiu o limite, a alma se desprendeu. Caminhou em volta da cama e sentou-se ao lado a observar. Ele já não era mais humano, nunca foi, sempre fingiu ser. Se nem ele sabia o que era, a conjunção de corpo e alma nunca foi amigável. Perguntavam-lhe a idade, mas ele não sabia responder. Os anos, os dias e as horas não eram sociáveis para uma alma tão jovem e ao mesmo tempo tão cansada. A definição de que o tempo pode ser medido e cronometrado foi inventado por alguém não tão menos perdido que ele. O tempo não pode ser medido se não puder ser parado. Descobriu o rosto, devagar, com medo do que pudesse ver. Viu tudo e não enxergou nada, fixou o olhar no teto do quarto como se pudesse ver as estrelas. Aos poucos a maré foi abaixando deixando-lhe apenas um sabor amargo e salgado nos lábios. De tanto pensar, a mente esvaziou-se. E então, dormiu. 

 - Anderson Beowulf

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Quem sou eu


Quem sou eu... oh pergunta difícil. Será que alguém um dia já conseguiu responder essa pergunta? Será que alguém já conseguiu desvendar esse mistério que somos? Por que essa é um pergunta tão difícil?
“Nada do que eu sei me diz quem eu sou. Nada do que eu sou de fato sou eu”.
Eu poderia dizer como sou, o meu nome, o que gosto de fazer, as coisas que faço, minhas manias e esquisitices. Poderia falar do meu temperamento, dos meus sentimentos e da minha vida. Mas nada disso sou eu.
Então como posso me descrever, dizer quem sou se ainda não descobri a essência do que me faz única, do que me faz ser Eu Mesma.

Quem sou eu? Não sei.

Sem Corpo Nenhum



Sem corpo nenhum, como te hei de amar? 
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma escolheste esse doce mal! 
 Sem palavra alguma, como o hei de saber?
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma desejas o que não se vê! 
 Nenhuma esperança me dás, nem te dou:
 — Minha alma, minha alma, 

eis toda a conquista do mais longo amor!


Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'

domingo, 22 de setembro de 2013

Hoje sei que...





Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima. 
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é...Autenticidade. 
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento. 
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito. 
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio. 
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade. 
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... Humildade. 
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude. 
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver!!! 
- Charles Chaplin

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Através dos Olhos


O segredo mais difícil, mais duro, foi a ti que confiei. Meus olhos te contaram e o teu coração compreendeu, sem uma só palavra sair de nossas bocas. 
Não é porque não foi diretamente dos meus lábios que você soube, que isso se torna menos importante, pelo contrario, se torna mais especial ainda. Pois nossos olhos que tiveram essa conversa. 
Sim estamos todos interligados, e sim, não é a primeira vez que duas pessoas conversam por olhar, sinceramente não sei por que dei tanta importância a esse fato. Mas sinto alguma coisa diferente, que vai alem do que meras palavras vazias podem expressar. 
Não é algo normal, talvez nossas almas já se conhecessem antes mesmo de nossos corpos se encontrarem. Quem pode dizer? 
Às vezes acredito que estamos um dentro da mente do outro. É como se um visse através dos olhos do outro. 
Tem uma parte de mim esperando para ser liberta, escondida nas profundezas do meu ser. E quando você esta comigo essa parte luta para se libertar, mas como um monstro pra ser domado eu a escondo, por medo de amar de mais. 
É eu tenho medo e sei disso, mas você me assusta, o que sinto me estremece. Acostumei-me a ficar sem pulsação, emoções, mas você trás tudo de volta, os sentimentos que neguei por tanto tempo, são jogados contra mim como uma tempestade feroz.


- 'Dizem que o mundo é pequeno pelas coincidências que nele habitam. Eu digo que o mundo é grande porque torna essas coincidências únicas e especiais aos olhos de quem faz delas a sua história' ~ Sara Silva 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

E por quê?


Estamos sempre fugindo
E do que? Para que? Por quê?
Fugimos de nos mesmos
Fugimos do que temos e do que não temos
Corremos das responsabilidades, das dificuldades
Fugimos dos sentimentos dos questionamentos, do tempo.
Fugimos de tudo, percorremos o mundo, sempre tentando
Não cair na monotonia, não sentir a agonia
Que é ficar e agir.

Só não corremos e não fugimos do que deveríamos,
Do sentido.
“Quando queremos sentido para tudo, a vida perde o sentido”.
Estamos sempre procurando o sentido da nossa vida caída,
Dos problemas, dos enigmas,
Dos castigos, da existência de nossos inimigos,
De certos momentos, certos comportamentos.

Deveríamos ser como aquela brisa leve
Que passa e nos pega de surpresa
Que leva com sigo apenas o necessário.
Deveríamos ser livres, desprendidos.
Sobrevoar a tristeza e a felicidade, e saber os pontos certos que devemos parar.
Mas não só ficar parados, saber a hora de partir e pra onde ir
Sair, mesmo sem saber pra onde...