segunda-feira, 25 de novembro de 2013

No fundo da minha bolsa.


Não quero que esse ano acabe... por incrível que pareça. Eu sei, justo eu que adoro mudanças e eu também sei, o próximo ano estará cheio delas, mas a partida desses meses que duraram um ano eterno vai doer. E vai muito, porque por mais difícil que foi este ano, não quero deixá-lo. Conhecei pessoas maravilhosas, me tornei alguém que finalmente admiro.
Sei que tudo isso vai acabar, pessoas vão sair e outras chegar, eu sei, juro que sei. Podem me diz que logo vou esquecer tudo isso e que outras coisas boas tomaram o lugar destas. Mas não creio que estas pessoas vão simplesmente sumir da minha mente e que o que aconteceu será esquecido.
Carregarei esse ano no fundo da minha bolsa, levarei pra onde eu for e toda noite, pegarei e olharei para essas recordações com um brilho nos olhos, não querendo reviver tudo aquilo, pois não tenho esse habito, mas olharei com vontade de reencontrar estas pessoas, nem que for por um dia eterno.

As estações podem mudar, mas os meus sentimentos o vento não irá levar.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Imprevisíveis


Rimas previsíveis como o seu amor
Beijos invisíveis encontram minha dor
Palavras flutuam rumo ao infinito
Ecoam, vazias, mesmo tendo dito
Esperando a volta
Vou vagando à solta
Sem ter pra onde ir

Beijos previsíveis disfarçam minha dor
Rimas invisíveis completam meu amor
Palavras ecoam no infinito
Flutuam, labiais, mesmo sem ter dito
Esperando à solta
Vagam pela volta
Sem conseguir

Rimas previsíveis caminham à solta
Beijos flutuam na volta
Palavras escondem minha dor
Ecoam, invisíveis, procurando amor
Esperando o que foi dito
Vagando no infinito
Sem ao menos existir.


- Sandraiky Pissardini

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Então queres ser um escritor?


"Se não sai de ti a explodir

apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um teclado de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

Se tens que esperar para que saia de ti

a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

Se tens que o ler primeiro à tua mulher

ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

Não sejas como muitos escritores,

não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-
— devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.


Quando chegar mesmo a altura,

e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

Não há outra alternativa.
E nunca houve."

- Charles Bukowski

terça-feira, 19 de novembro de 2013

“Às vezes são meio distantes como se fossem de outro planeta
Às vezes são luas minguantes outras passam como um cometa
Às vezes a estrela se apaga. Mas o brilho persiste em existir
E outras nos deixam uma chaga grande demais para se cobrir
Mas às vezes os astros conspiram e põe nossas órbitas para colidir
E assim ate as estrelas suspiram. Para o novo universo que há de surgir.”

sexta-feira, 15 de novembro de 2013


Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou seguro de que sou imperfeito
Podem me chamar de louco 
Podem zombar das minhas ideias 
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante 
Que vende sonhos para os passantes 
Não tenho bússula nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante 
À procura de mim mesmo.

_Livro: O vendedor de Sonhos - O chamado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Foi só, ou foi tudo.

'Será que três minutos pode durar para sempre?, eu me pergunto, mas já sabendo a resposta. Provavelmente não, respondo. Mas talvez durem tempo suficiente.' ~ Markus Zusak


Era um daqueles dias, que você esta tão atrasada que pega qualquer roupa que aparecer pela frente. Pra falar a verdade ela nunca se importou muito com essas coisas, só de poder caminhar com seus livros em uma bela tarde azul, já estava bom. Mas aquele dia ia ser diferente. Não seria um dia comum.
Ela saiu correndo de casa. Tinha que pegar seu irmão na escola e já estava 10minutos atrasada.
No caminho, o vento estava forte. Adorava aquilo, andar com os olhos fechados, sentir a brisa dançando com seus cabelos, ouvir a própria respiração acompanhando seus passos largos. Mesmo não tendo tempo para isso, não havia como evitar, aquela sensação era viciante.
Quando estava dobrando a esquina se deu conta que tinha que correr, seu irmão provavelmente já estava querendo mata-la. Resolveu abrir os olhos e correr.
Tarde demais.
Um garoto de olhos castanho brilhantes estava andando de skate. Dobrando a mesma esquina. Atrasado e com olhos fechados (uma poeira acabará de entrar nos seus olhos, por causa da ventania).
Um instante depois, eles e os livros estavam no chão. Julia por sorte havia caído em cima de Thiago. Levantou correndo sem nem mesmo olhar para o rapaz, foi apanhar seus livros. Ele teve a mesma reação.
É fácil imaginar o que aconteceu depois, os dois pegando o mesmo livro. Olhos nos olhos. Respirações ofegantes. E então eles foram pegos por aquela brisa suave, que os vez estremecer. Aquela ventania foi a protagonista do dia, arrastando a pressa pra longe, trazendo arrepios e sentimentos desconhecidos ate então, proporcionando aquele perfume. Que perfume! Não sei dizer muito bem do que era. Talvez a combinação dos dois.
Mais ou menos 40 segundos com um turbilhão de sentimentos.  Eles saíram do “transi” e se levantaram. E então ela disse já começando a andar:
- Desculpe, não tive intensão... Estou atrasada. - Ela se foi. Quando estava quase dobrando outra esquina, olhou para traz. Ele ainda estava lá. Olhando-a.

Foi só, ou foi tudo. 
Segundos de levitação e de magia.

Thiago não queria que aquela fosse a primeira e ultima vez a vê-la. Mas o que poderia fazer? correr atras de uma desconhecida? Poderia. Mas não o fez.
Ele a chamou de moça dos cabelos esvoaçantes, pensou nela por um grande tempo, um tempo ate grande de mais. Mas foi só. Ou foi tudo. 

Pelo menos durante aqueles segundos foi tudo. E durante aquelas semanas foi quase.

Quase Vida


O quase é a essência da morte,
Que abriga o neutro.
O quase é o conforto, que forma a morte
É um sentimento forte
Que impede o outro
A outra vida, a vida escondida no escuro.

O quase futuro, a quase felicidade.
O quase estaciona no invisível
Divisa o inexistente.
Sair do quase é viver a vida
Começar, recomeçar, reiniciar
O ciclo de toda vida.

Quase tudo ou quase nada
Torna a vida fragilizada.
Quase sair quase ficar
Torna a vida parada.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sejamos


"Tomar uma decisão, uma atitude, ir embora, para que assim dê saudade e possa voltar. E talvez, desta vez, encontrar um motivo para ficar". — Anderson Beowulf

Às vezes precisamos passar dos limites. Gritar. Brigar. Falar verdades esmagadoras. Correr contra o vento, nadar contra corrente. Fechar as portas, abrir janelas. Chutar o balde. 

 “Sejamos incontroláveis então… e que a gente não desista porque ninguém acredita.” — Machado de Assis.

Que sejamos imprevisíveis
Inconstantes
Suscetíveis
Lúdicos
Únicos 
Sejamos observadores do desconhecido e admiradores do infinito
Que sejamos atentos a verdade escondida no silencio
e as mentiras no que foi dito.
Sejamos quem quisermos, quem somos.
Sejamos...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Brilho eterno de uma mente sem lembranças.



" Quão feliz é  destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado. - Alexander Pope

A esperança de um amanhã que nunca chega.
O conforto de uma realidade inexistente.

Ou talvez essa seja só mais uma esperança nula que queremos acreditar...
Nada é esquecido por completo, sempre haverá mesmo um mínimo vestígio do que um dia foi.

O quão longe vai à infelicidade humana para querer escurecer seu passado amargurado?
E a ficar a espera de um amanhã melhor que nunca chega?

Ate aonde vai o brilho de uma mente sem lembranças?

Ate esquecer-se daquele amor ferido, aquela amizade tempestuosa, a infância árdua?

Ate o esquecimento da verdade?

Ate o esquecimento de vidas, do conhecimento e dos sorrisos? 

Ate aonde vai o brilho de uma mente sem lembranças?


Não importa quando, parabéns.



- Eu bem que podia dizer só Parabéns. E desejar felicidades. Desejar que continuasse me inspirando. Que continuasse sendo tão livre, tão incrível, tão ...você. Desejar que continuasse aqui para mim, como estou para você. Sempre. Para fazer bobeiras e me puxar para cima nos momentos tensos. Poderia te dar algum presente ou algo assim. Mas preferi de dar minhas palavras e meus sentimentos. Que são meus bens mais preciosos. Faça bom uso. Mas hoje, por você, por ter sempre me reerguido, por me fazer um bem danado, por ter estado lá, por mim.


Só posso te dizer, Parabéns por ser essa pessoa maravilhosamente diferente, por aguentar mais um dia nesse corpo estranho com um sorriso no rosto. E obrigado, por tudo. 


E eu sei que hoje não é seu aniversario, mas e dai? Qual é a diferença? Segunda terça ou quinta, todos são nossos dias, todo dia é dia de comemorar a vida. E se eu espera-se ate seu aniversario e esse dia nunca chegasse, ou se eu ou você não chegássemos ate lá? Por isso eu digo hoje a ti, parabéns por mais um dia. Por ser, você.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma Estranha



Talvez eu seja só uma estranha desajustada ou só mais uma poeira trivial no cosmos. 
Talvez esteja no corpo errado. 
Talvez eu seja uma pessoa terrível. 
Talvez isso tudo seja só um drama ou uma fase. 
Ou eu não me encaixo no mundo como eu mesma. 
Mas sei fingir.

Invisível

Tem vagado por ali como um fantasma, invisível, apenas esperando que alguém possa realmente vê-la, ouvi-la, sentir a batida do seu coração e dizer que esta viva. Pois ela mesma já não sabe.

Ela é tão só, caminha sozinha... E ninguém vê dor em sua alma. É solitária, anda apenas com sua multidão particular dentro de si, vozes que só ela pode ouvir, compreensões que só ela pode ter, cores únicas pintam seu mundo.

Quando sente a chuva caindo sob sua pele, é como se tudo de ruim escorresse com ela. Queria que arrastasse a solidão. Mas esta já faz parte dela. É a única que não a deixa, a acompanha onde quer que vá. Não importa onde esteja ou com quem, ela estará lá.

Quando ela fala...


Quando ela fala, parece 
 Que a voz da brisa se cala; 
 Talvez um anjo emudece 
 Quando ela fala. 

Meu coração dolorido 
 As suas mágoas exala, 
 E volta ao gozo perdido 
 Quando ela fala. 

Pudesse eu eternamente, 
 Ao lado dela, escutá-la, 
 Ouvir sua alma inocente 
 Quando ela fala. 

Minha alma, já semimorta, 
 Conseguira ao céu alçá-la 
 Porque o céu abre uma porta 
 Quando ela fala.


 - Machado de Assis