domingo, 26 de janeiro de 2014




"Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só..."

– Florbela Espanca ( 1894-1930 )

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Irmandade Sem Traços

Que ser é este que me faz especial
Que vira seu sorriso para o céu
E ilumina este mundaréu.

Que ser é esse que tira minha dor
E me da seu amor.

Que irmandade é essa sem laços,
Sem traços e sem abraços.

Posso não saber te fazer sorrir
E te dizer o que quer ouvir,
Mas sei-te dizer que estou aqui.

Sentimento estranho tenho sentido
Tira-me todo o sentido,
Não sei agir, não sei fingir.

Sua dor é minha dor
Minha flor é tua flor

Teu sangue não corre aqui
Mas o amor esta ali.

Texto Dedicado a Max Martins.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Texto de Matheus Rocha - ( Neologismo )

"Antes de qualquer coisa, queria de te dizer que preferia não ter amadurecido, só me tornado mais um idiota qualquer, desses que encontro pelo caminho. A vida seria tão mais leve, tão mais fácil, feliz, cheia de cor, de amigos, de amores.
Acho que um dos meus principais problemas em me apaixonar por alguém, é que a beleza física nunca me encheu os olhos. Nunca amei as formas, já gostei, me encantei, mas o que sempre me ganhou mesmo, foram as palavras.
Definitivamente odeio quem me diz o que eu quero ouvir. Odeio quem me enche de elogios. Odeio quem me diz que estou sempre certo. Gente que passa por cima de si, das próprias vontades, da sua personalidade, por mim, para mim, pra me agradar.
Adoro gente que sabe se sobressair apesar do meu jeito persuasivo. Sou fã dessa galera com respostas e piadas inteligentes. Perspicaz. Acho que estou virando uma espécie de extraterrestre, ou as pessoas estão fúteis demais, burras demais, pouco namoráveis demais.
Queria mesmo que ainda existissem pessoas pé-no-chão e cabeça-nas-nuvens. Essas que viajam na maionese, mas sabem onde pisam. Pessoas que têm os sonhos mais altos que o pico do Everest, mas preferem escalar ele, e não supor que têm asas e vão chegar lá voando.
Acho que um dos meus principais problemas em me apaixonar por alguém, é que só o óbvio, pra mim, nunca bastou. Eu sempre quis algo além. Eu sempre quis um desafio maior, uma aventura, nunca gostei de contos de fada e histórias impossíveis. Aceitei bem que ilusão e vida real são coisas completamente diferentes.
Depois de qualquer coisa, depois dessa meia dúzia de engasgaduras colocadas pra fora, queria de te dizer que preferia não ter amadurecido, só me tornado mais um idiota qualquer, desses que encontramos pelo caminho. Um idiotão, desses bem grandes, bem quadrados, bem comédia pastelão, sabe? Uma porta. Não ri, é sério.
São tão mais felizes essas pessoas que preferem um amor raso. Um amor só pra sair esbanjando por aí que é amado. Um amor pros outros. Um amor sem sonhos compartilhados, sem vidas divididas, um amor desses egoístas que é cada um pro seu canto e os dois juntos nas fotos e nos textinhos meia-boca compartilhados.
Engraçado, existem mais pessoas buscando um amor, do que vivendo um. Por que será que elas não se encontram por ai? Certamente almas gêmeas estão agora vagando, desconhecidas, esperando para tropeçar no colo de alguém. Ou melhor, dos seus respectivos alguéns." "Antes de qualquer coisa, queria de te dizer que preferia não ter amadurecido, só me tornado mais um idiota qualquer, desses que encontro pelo caminho. A vida seria tão mais leve, tão mais fácil, feliz, cheia de cor, de amigos, de amores.
Acho que um dos meus principais problemas em me apaixonar por alguém, é que a beleza física nunca me encheu os olhos. Nunca amei as formas, já gostei, me encantei, mas o que sempre me ganhou mesmo, foram as palavras.
Definitivamente odeio quem me diz o que eu quero ouvir. Odeio quem me enche de elogios. Odeio quem me diz que estou sempre certo. Gente que passa por cima de si, das próprias vontades, da sua personalidade, por mim, para mim, pra me agradar.
Adoro gente que sabe se sobressair apesar do meu jeito persuasivo. Sou fã dessa galera com respostas e piadas inteligentes. Perspicaz. Acho que estou virando uma espécie de extraterrestre, ou as pessoas estão fúteis demais, burras demais, pouco namoráveis demais.
Queria mesmo que ainda existissem pessoas pé-no-chão e cabeça-nas-nuvens. Essas que viajam na maionese, mas sabem onde pisam. Pessoas que têm os sonhos mais altos que o pico do Everest, mas preferem escalar ele, e não supor que têm asas e vão chegar lá voando.
Acho que um dos meus principais problemas em me apaixonar por alguém, é que só o óbvio, pra mim, nunca bastou. Eu sempre quis algo além. Eu sempre quis um desafio maior, uma aventura, nunca gostei de contos de fada e histórias impossíveis. Aceitei bem que ilusão e vida real são coisas completamente diferentes.
Depois de qualquer coisa, depois dessa meia dúzia de engasgaduras colocadas pra fora, queria de te dizer que preferia não ter amadurecido, só me tornado mais um idiota qualquer, desses que encontramos pelo caminho. Um idiotão, desses bem grandes, bem quadrados, bem comédia pastelão, sabe? Uma porta. Não ri, é sério.
São tão mais felizes essas pessoas que preferem um amor raso. Um amor só pra sair esbanjando por aí que é amado. Um amor pros outros. Um amor sem sonhos compartilhados, sem vidas divididas, um amor desses egoístas que é cada um pro seu canto e os dois juntos nas fotos e nos textinhos meia-boca compartilhados.
Engraçado, existem mais pessoas buscando um amor, do que vivendo um. Por que será que elas não se encontram por ai? Certamente almas gêmeas estão agora vagando, desconhecidas, esperando para tropeçar no colo de alguém. Ou melhor, dos seus respectivos alguéns."

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tabacaria


Não sou nada.

Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fernando Pessoa

Cortar o tempo


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."

~ Carlos Drummond de Andrade

Feliz 2014 ! Boa sorte com as novas 365 tentativas. Façam bom uso delas.