quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mente Conturbada

Um mundo estranho, distante
Onde ninguém pode chegar apenas estar.
Lugar de amantes, de romances
Universo vazio e cheio
Onde as almas se agitam e os corpos gritam
Onde os ventos são fortes e sopram a morte
Terra de grandes tempestades e demasiadas bondades.

Um mundo estranho, distante
Meu mundo, meu universo
Cheio de rimas e versos
Terra de muros gigantes
De sol radiante e lua brilhante
Minha mente minha morada, minha mente conturbada.

sábado, 10 de agosto de 2013

Medo


Medo de não saber quem eu sou. 
Medo de saber quem eu sou. 
Medo de desejar ser quem eu não sou. 
Medo de me conformar com quem eu sou.
Medo de ter medo.
Medo de não ter medo. 
Medo de estar vivo.
Medo de já ter morrido.
Medo de sentir demais. Medo de sentir de menos.
Medo do futuro. Medo do presente.

Eu tenho medo de nunca ser. Medo de já ter sido.

Eu tenho medo das palavras. Medo da falta do que falar.
Eu tenho medo de me aproximar demais. Medo de já estar longe.
Eu tenho medo de ultrapassar. Medo de ficar pra trás.
Eu tenho medo de estar sozinho. Medo de estar acompanhado. 
Eu tenho um medo, talvez apenas medo de ter medo.
Medo de ter um medo, medo de ser apenas um medo. 
Eu tenho milhões de medos.


Apenas Medo.

domingo, 4 de agosto de 2013

Pálido Ponto Azul



Nela não se vêem sinais da civilização humana, não se vê a divisão de nações. Esta foto já colocava em evidência a ignorância do nacionalismo, a obscuridade do fanatismo religioso e a tragédia da ganância, hoje convertida em religião – a religião do mercado – cujo Deus é o dinheiro, e sua face mais inconseqüente, as guerras. A visão do astronauta da Apollo 17 oferecia uma nova filosofia, a filosofia planetária, a visão do nosso planeta inteiro com uma fina superfície de vida, tão fina e frágil que não se percebe de uma distância relativamente pequena.
Foto tirada pela Voyager mostrando a Terra a 6 bilhões de km de distância.
E aqui eu deixo vocês com um pequeno trecho do primeiro capítulo do Livro “Pálido Ponto Azul” (Pale Blue Dot), um livro que vale a pena ser lido, pela beleza de sua profunda sabedoria, uma jornada no tempo e no espaço guiado da maneira simples e poética, mostrando os limites da exploração espacial e apostando que no futuro, nos teremos que voltar a ser andarilhos, como no passado, mas desta vez nas estrelas:
“Olhe novamente para aquele ponto. É aqui. É a nossa casa. Aquilo somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todo mundo de quem já ouviu falar, todos os seres humanos que existiram, viveram as suas vidas. O agregado da nossa alegria e sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e lavrador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, criança esperançosa, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada super celebridade, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol.
A Terra é um palco muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, eles pudessem se tornar os donos momentâneos duma fração desse ponto. Pensem nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores de algum outro canto, quão freqüentes as suas incompreensões, quão ávidos eles são para matar uns aos outros, quão ardentes os seus ódios.
As nossas exageradas atitudes, a nossa imaginada auto-importância, a ilusão de termos alguma posição privilegiada no Universo, são desafiadas por este pálido ponto de luz. O nosso planeta é um cisco solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de outro lugar para nos salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido até agora capaz de abrigar vida. Não há mais nenhum outro, pelo menos no próximo futuro, onde a nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Estabelecer-se, ainda não. Gostando ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar.
(Carl Sagan, “Pálido Ponto Azul”)

sábado, 3 de agosto de 2013

Do outro lado da linha...



Acostumei-me ouvir tua voz, o mais suave e sereno som que já ouvi, me acalmava, me acalentava e me roubava um sorriso a cada minuto.

Os dias só ficavam completos quando eu podia ouvir tua voz, só assim podia dormir tranqüila. Ali deitada ouvindo você sussurrar as mais belas palavras ao meu ouvindo, sentia como se estivéssemos mesmo lado a lado, quando desligava o telefone, sentia a enxurrada de saudade corroer a alma, lembrava-me dos quilômetros entre nós e isso me amargurava.

Depois vinha a vontade de largar tudo para ir te abraçar, vontade de largar tudo e ir-te visitar, vontade de te pedir pra vir pra cá e pra ficar.

Afinal, as noites não são as mesmas sem sua voz ecoando pelo meu quarto, os meus sonhos não são os mesmos quando não é mais a tua voz o ultimo som que ouço.

Nos meus dias solitários, o único som que ouvi foi o seu. E quando eu me sentia só, como se respondendo por um chamado de socorro, o telefone tocava, e eu me lembrava que você estava aqui. Estar longe fisicamente não significava nada enquanto eu pudesse ouvir tua voz.

Do outro lado na linha eu via uma saída para meus tormentos, um caminho para dias melhores, não importava 5 minutos ou 1 hora aquilo me fazia bem. Longe ou não você me faz sentir que sempre vou ter alguém com quem contar, alguém que vai estar ao meu lado mesmo com quilômetros nós separando.

Mil Poesias




“Reparo o vento
E aonde será que ele vai?
Se me levasse onde você mora, certamente eu iria atrás
Em noites lindas, eu fico a pensar:
Será que a lua brilha sozinha ou você que faz ela brilhar?
Ahhh... Se eu pudesse imaginar tudo que você pensa ou sempre irá gostar
Ehhh... Se eu pudesse entender o que te faz sorrir, eu sempre ia fazer
É que eu vim dizer mil poesias só pra você
E se de alguma gostar, outras mil eu posso formar
E se tocar em você, outras mil eu posso fazer
Reparo o vento, e aonde será que ele vai?
Se me levasse pelo mundo inteiro, certamente eu iria atrás
E hoje acordei tão cedo, e fui ver o sol chegar
Será que ilumina o mundo inteiro ou só existe pra te iluminar?!”

__Chimarruts - Mil Poesias