quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sem Corpo Nenhum



Sem corpo nenhum, como te hei de amar? 
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma escolheste esse doce mal! 
 Sem palavra alguma, como o hei de saber?
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma desejas o que não se vê! 
 Nenhuma esperança me dás, nem te dou:
 — Minha alma, minha alma, 

eis toda a conquista do mais longo amor!


Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'

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