Olha, particularmente, não acredito que escrever é um ato vitorioso, redentor, engrandecedor. Ao contrário, escrever é sempre estranhar à linguagem. É como o coiote correndo atrás do papa-léguas.... Tentar capturar a próxima palavra, aquela palavra que ajudará a continuar... E nunca tem fim, eu nunca terei posse do escrevi, pois para mim o texto escrito sempre estará inacabado. E quando acabo de escrever dá certo alívio, mas dura até a próxima história. Acho que o escritor está sempre na fronteira entre o mais intimo e pessoal e o ficcional. E esse espaço é sempre solitário! Talvez o que me motive a escrever é a próxima palavra, a próxima frase, a próxima história. Talvez seja a solidão por habitar uma zona intermediária entre o real e o ficcional, Ou talvez, eu goste de ser um fingidor, e fingir que a dor que eu escrevo é a dor eu deveras sinto.
- Henrique Lima
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