domingo, 31 de agosto de 2014

Esperar que a dor desapareça
E que o sol reapareça
Esperar que o amor prevaleça
E que a luz continue acesa
Esperar que a distancia fique velha e apodreça
E esperar que as estrelas do céu, desçam

Se anoitece, você aparece
   Espero.
E você desce

Ah estrela minha, meu amor só cresce.


sábado, 23 de agosto de 2014

Quantos homens sabem observar?
E, desses poucos que sabem, quantos
observam a si próprios? “Cada pessoa é o
ser mais distante de si mesmo”
A VIAGEM ATÉ NÓS MESMOS é sempre a mais longa e tortuosa, pois
implica dar muitas voltas para encontrar algo que estava tão perto que éramos incapazes de ver.
Não é por acaso que, das três perguntas existenciais clássicas – Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? –, a da
identidade venha em primeiro lugar, pois aquele que não sabe
quem é dificilmente terá consciência do que deixou para trás ou
do destino que tem diante de si.
Tentamos responder à pergunta “Quem somos?” falando sobre nossa profissão e o cargo que ocupamos, mostrando o carro
que dirigimos ou mesmo dizendo qual religião professamos, mas
esses elementos estão à margem da verdadeira essência de uma
pessoa.
Assim como nossos sonhos nos definem, nossa identidade é a sensibilidade que nos distingue dos demais companheiros humanos, é nossa contribuição única para o mundo, nossa missão pessoal.

Encontrar essa missão pode ser o trabalho de toda uma vida, mas apenas o fato de buscá-la já nos permite saber aonde vamos.

_Livro: Nietzsche para estressados
"Diante de mim havia duas estradas.
Escolhi a estrada menos percorrida
E isso fez toda a diferença..."

"...Você tem o seu caminho. Eu tenho o meu.
O caminho correto e único não existe..."

Eu sei o que há por traz desses olhos tão tristes
Eu sei porque os traz tão carregados
Não é sono, é cansaço
Não com peso, mas com fardo

Eu sei o que há por traz desse sorriso escondido
Eu sei porque ele se perde comigo
Não é amor, é liberdade
Não é falta de maldade, mas é malicia

Eu sei o que há por traz da canção
Eu sei porque ela grita em teu coração
Não é voz quem fala, é dor, é alegria
Não é agrado, é poesia

Eu sei o que há por traz da sua solidão
Eu sei porque lhe escrevo minha ermitão
Não é melancolia, é saudade
É falta na nossa igualdade, separada pela crueldade

Que assim nos fez, solidão.
Escrevo minhas historias pra você,
crio estórias pra você,
Derramo palavras no papel pra você ler,
grito calada minha saudade pra você escutar sem ver,
molho de amor o papel em branco quando já não consigo descrever,
o que poderia fazer, não sei ver ate onde vai esta imensidão que você me deu,
rabisco os sentimentos que só fazem crescer
dou vida ao que penso ser você
e a cada linha meu coração bate por você
A cada palavra eu vivo, e é por você,
Através de você
Em cada paragrafo você se torna mais real

Se torna minhas palavras, assim, imortal.

“E quando de, de fato,
O amor povoar meu ser, eu não vou caber em canto nenhum mais,
Senão em você” _ Zara


Aperta.
Aperta o peito.
Segura a lagrima.
Prende a dor, a carência e o desespero.
Afoga.
Afoga a saudade.
Sufoque o anseio a pele, o cheiro e o calor dele.
Amarre todos os desejos.

Esqueça.
Tente ao menos por um segundo não sentir o peso.
Do vazio.
Da falta.
Esqueça.
O que não foi ainda será.
Esqueça.
Não olhe o relógio, não olhe o calendário. Assim não passa, assim não esquece.

A saudade só mata quem se entrega. Então espera.
A saudade vem e não vai. Então alie-se a ela.
Vá ate a varanda.
Senta, tome chá e espera.

Que uma hora o vento a leva.

sábado, 2 de agosto de 2014

O Suicida e o Computador


Depois de fazer o laço da forca e colocar uma cadeira embaixo, o escritor sentou-se atrás da sua mesa de trabalho, ligou o computador e digitou:

"No fundo, no fundo, os escritores passam o tempo todo redigindo a sua nota de suicida. Os que se suicidam mesmo são os que a terminam mais cedo."

Levantou-se, subiu na cadeira sob a forca e colocou a forca no pescoço. Depois retirou a forca do pescoço, desceu da cadeira, voltou ao computador e apagou o segundo "no fundo". Ficava mais enxuto. Mais categórico. Releu a nota e achou que estava curta. Pensou um pouco, depois acrescentou:

"Há os que se suicidam antes de escapar da terrível agonia de encontrar um final para a nota. O suicidio substitui o final. O suicídio é o final."

Levantou-se, subiu na cadeira, colocou a forca no pescoço e ficou pensando. Lembrou-se de uma frase de Borges. Encaixa, pensou, retirando a corda do pescoço, descendo da cadeira e voltando ao computador. Digitou:

"Borges disse que o escritor publica seus livros para livrar-se deles, senão passaria o resto da vida reescrevendo-os. O suicídio substitui a publicação. O suicídio é a publicação. No caso, o livro livra-se do escritor."

Levantou-se, subiu na cadeira, mas desceu da cadeira antes de colocar a forca no pescoço. Lembrara-se de outra coisa. Voltou ao computador e, entre o penúltimo e o último parágrafo, inseriu:

"Há escritores que escrevem um grande livro, ou uma grande nota de suicida, e depois nunca mais conseguem escrever outro. Atribuem a um bloqueio, ao medo do fracasso. Não é nada disso. É que escreveram a nota, mas esqueceram-se de se suicidar. Passam o resto da vida sabendo que faltou alguma coisa na sua obra e não sabendo o que é. Faltou o suicídio."

Levantou-se, ficou olhando a tela do computador, depois sentou-se de novo. Digitou:

"No fundo, no fundo, a agonia é saber quando se terminou. Há os que não sabem quando chegaram ao final da sua nota de suicida. Geralmente, são escritores de uma obra extensa. A crítica elogia sua prolixidade, a sua experimentação com formas diversas. Não sabe que ele não consegue é terminar a nota."

Desta vez não se levantou. Ficou olhando para a tela, pensando. Depois acrescentou:

"É claro que o computador agravou a agonia. Talvez uma nota de suicida definitiva só possa ser manuscrita ou datilografada à moda antiga, quando o medo de borrar o papel com correções e deixar uma impressão de desleixo para a posteridade leva o autor a ser preciso e sucinto. Tese: é impossível escrever uma nota de suicida num computador."

Era isso ? Ele releu o que tinha escrito. Apagou o segundo "no fundo". Era isso. Por via das dúvidas, guardou o texto na memória do computador. No dia seguinte o revisaria.

E foi dormir.

-
_Luis Fernando Veríssimo
A cada curva que passo, deixo o futuro do que poderia ser. Deixo uma vida, um "se", um quem sabe e um talvez. Os morros cobrem o outro lado das histórias que vão ficando para trás.
Coisas sem terminar, umas sem começar e outras encerradas.
Passando por estas histórias, meu futuro e quem eu poderia ser somem com o vento e são arrastados pelo tempo.
Mesmo com tudo, a estrada não acaba e as curvas continuam, me mostrando que o clichê esta certo, a história não acaba quando termina.

A tristeza é uma casa em que as cadeiras se esqueceram de como nos segurar, as paredes de como nos conter, os espelhos de como nos refletir.
A tristeza é uma casa que desaparece cada vez que alguém bate a porta, uma casa que se vai com o vento à menor rajada, que se enterra no solo enquanto todos estão dormindo.
A tristeza é uma casa em que ninguém pode proteger você, em que a irmã caçula vai envelhecer mais que a mais velha, em que as portas não deixam mais você entrar nem sair."

_Livro: O céu esta em todo lugar

"Minha
Saudade
É
Toda
Sua"
"Em todo lugar o homem culpa a natureza e o destino, embora seu destino seja nada mais que o eco de seu caráter e suas paixões, seus erros e suas fraquezas."
_ Demócrito.