terça-feira, 29 de outubro de 2013

Eu Preciso...



"Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei, para continuar vivendo. Preciso da parte em mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes dessas palavras todas caírem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo do sonho, do engano, da possível treva e também da luz do jogo do embuste: Preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez, como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã..." 


 - Autor: Desconhecido

terça-feira, 22 de outubro de 2013


E tinha esse alguém.
De tantas chances, um nada.
E tinha esse nada.
Feito de tantos alguéns.
Tantas chances.
Tantas perdas.
Talvez tenha feito sol.
E eu estivesse com a janela fechada.

- Arte Destrutiva

quinta-feira, 17 de outubro de 2013


Eu gostaria de ser aquela que não se importa com nada, que esta sempre com um sorriso no rosto, ou mesmo aquela que apenas não demonstra seus sentimentos. Mas sou sentimental demais para isso, meus sentimentos aflorados e, todavia confusos, distorcem o que realmente se passa. Nem sempre é fácil traduzi-los, mas estão aqui. Amassados, destorcidos, esmagados, sofridos, com medo.

"Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações".

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Dentro de mim



Passei tanto tempo te procurando, não sabia onde estavas. Olhava o infinito, não te via e pensava comigo mesmo: "Será que Tu existes?" 
Não me encontrava na busca e prosseguia. Tentava te encontrar nas religiões e nos templos. E Tu não estavas. 
Busquei-te através de sacerdotes e pastores e não Te encontrei. Senti-me só e desesperado. Descri-te. Na descrença Te ofendi. Na ofensa, tropecei e caí. 
Na queda, senti-me fraco. Na fraqueza, pedi socorro. No socorro, encontrei amigos. Nos amigos encontrei carinho. 
No carinho, vi nascer o amor. Com o amor vi um mundo novo. No mundo novo, resolvi doar. Doando, recebi. 
Recebendo, me senti feliz. Feliz, encontrei a paz. E com paz, foi que Te enxerguei, pois dentro de mim Tu estavas. E sem Te procurar... 
Foi que Te encontrei.

Conheci cinco garotos...




- Um estragava todas as musicas. Ele cantava tão bem que fazia as musicas ficarem ruins se não saíssem dele. As musicas perdiam a graça quando não era na voz dele. Ele transformava as musicas, dava um toque pessoal. Como se colocasse sua própria alma no que cantava. Era encantador de serpentes, isso mesmo. Quando ele canta tudo muda, o mundo gira de vagar e você não sabe onde ira parar. Porque a musica dele faz você viajar.

- O outro, tinha medo de mostrar quem era. Mas quando ele desenhava conseguia ser ele mesmo, sem ter medo, sem julgamentos, sem nada. No entanto, ele tinha um pouco medo de desenhar, afinal já tinha se desacostumado a ser ele mesmo. Mas algo me diz, que sempre que lhe faltar palavras, ira sentar, respirar fundo e tirar toda a confusão da mente e passara para o papel. Porque afinal, suas mãos falavam. O medo nunca o vencera por completo.

- O outro, tinha medo das pessoas, não sei dizer ao certo, ele não falava muito. Só falava com quem não tinha medo, já aqueles que gostava e queria estar perto, ele não falava, tinha medo. Talvez tivesse receio de se magoar, não sei, ele não falava muito. Esse era um mestre do silencio, se você parasse para ouvir, o silencio dele dizia muito, mais que qualquer coisa.

- Esse eu tenho muita raiva. Ele se acha um cara comum, sem nada de especial. Mas não é nada disso, era ao contrario, era muito especial. Ele não sabia disso. Ou talvez soubesse.
Tenho raiva dele pois tinha olhos encantados, olhos que poderiam mudar o mundo se quisesse, se acreditasse só um pouquinho mais em si mesmo. Sua modéstia, sua bondade, sua visão torta, sua angustia, suas mascaras tudo me irritava, principalmente o fato de eu não conseguir tirar os olhos dele. Ah aqueles olhos!

- Esse tinha outro lado, um lado invisível. Na verdade, todos nós temos, mas nele esse lado era escuro, nebuloso, não de maldade, mas sim quase invisibilidade. Não era preciso observar atentamente, nem prestar a atenção em atitudes. Somente sentir, saber o que havia por trás da janela.

Demorei realmente muito tempo para enxergar, sempre soube que havia algo, só não achava o que era, mas agora posso ver com clareza. Atrás dos teus olhos claros e cheio de trancas pude enxergar. Vi o outro lado do mundo, o lado que meu preconceito não chegava. A tua voz calma me vez atravessar a ponte, me guiou por caminhos estranhos, mas bonitos.

Tudo que eu disse, não foram para as pessoas se emocionarem nem se identificarem, fiz por mim e por vocês e pelas sinceras desculpas que lhes peço agora, por ter demorado a abrir os olhos. Por não ter atravessado essa bela ponte antes.


Por não tê-los visto em essência.

Conheci muitos garotos legais, mas esses com certeza não erram comuns. Não sei dizer ao certo, mas eles me trazem um olhar diferente das coisas, da vida e deles mesmos.
               
              Conheci cinco garotos ... estranhamente importantes em suas simplicidades.

sábado, 5 de outubro de 2013

De tanto pensar



Instalou-se um desespero, acompanhou-se de um medo, deu-se as mãos ao desapego e sofreu em silêncio. Sentiu ser torturado por si próprio, mas não gritou. Ele não estava sendo forte, apenas não quis demonstrar fraqueza. Mas não controlou o choro, e demonstrou uma fraqueza maior ainda. Sentiu não sentir mais nada, nada além de um vazio. E quando sentiu, o vazio ficou pequeno para sentir tantas coisas. Desejava a morte, mas não quis morrer. Desejou dizer milhões de palavras. E disse. Mas nem mesmo o silêncio quis ouvir, foi interrompido pelos próprios soluços. Desligou as luzes, seu reflexo no café da xícara ainda pela metade, era menos úmido que o seu rosto. Acendeu-se um medo. Afogado em si próprio a escuridão demoliu as paredes. Morreu deitado, submergiu em um corpo morto boiando sobre lágrimas. Cobriu-se de cobertores, as mãos estavam trêmulas, mas não fazia frio. A maré não parava de subir, sentiu vergonha de si mesmo. Mesmo com a respiração ofegante, não hesitou-se em cobrir o rosto. E quando o corpo atingiu o limite, a alma se desprendeu. Caminhou em volta da cama e sentou-se ao lado a observar. Ele já não era mais humano, nunca foi, sempre fingiu ser. Se nem ele sabia o que era, a conjunção de corpo e alma nunca foi amigável. Perguntavam-lhe a idade, mas ele não sabia responder. Os anos, os dias e as horas não eram sociáveis para uma alma tão jovem e ao mesmo tempo tão cansada. A definição de que o tempo pode ser medido e cronometrado foi inventado por alguém não tão menos perdido que ele. O tempo não pode ser medido se não puder ser parado. Descobriu o rosto, devagar, com medo do que pudesse ver. Viu tudo e não enxergou nada, fixou o olhar no teto do quarto como se pudesse ver as estrelas. Aos poucos a maré foi abaixando deixando-lhe apenas um sabor amargo e salgado nos lábios. De tanto pensar, a mente esvaziou-se. E então, dormiu. 

 - Anderson Beowulf

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Quem sou eu


Quem sou eu... oh pergunta difícil. Será que alguém um dia já conseguiu responder essa pergunta? Será que alguém já conseguiu desvendar esse mistério que somos? Por que essa é um pergunta tão difícil?
“Nada do que eu sei me diz quem eu sou. Nada do que eu sou de fato sou eu”.
Eu poderia dizer como sou, o meu nome, o que gosto de fazer, as coisas que faço, minhas manias e esquisitices. Poderia falar do meu temperamento, dos meus sentimentos e da minha vida. Mas nada disso sou eu.
Então como posso me descrever, dizer quem sou se ainda não descobri a essência do que me faz única, do que me faz ser Eu Mesma.

Quem sou eu? Não sei.

Sem Corpo Nenhum



Sem corpo nenhum, como te hei de amar? 
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma escolheste esse doce mal! 
 Sem palavra alguma, como o hei de saber?
 — Minha alma, minha alma, 

tu mesma desejas o que não se vê! 
 Nenhuma esperança me dás, nem te dou:
 — Minha alma, minha alma, 

eis toda a conquista do mais longo amor!


Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'